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ntes de ser ocupado pelos colonizadores europeus, o território paranaense era habitado por grupos indígenas antecedentes dos Kaingang e dos Guarani. Os primeiros, da família linguística Jê, podem ter chegado à região entre 6.000 e 4.000 anos antes do presente, procedentes do Brasil Central. Os índios Guarani, pertencentes ao tronco linguístico Tupi e à família linguística Tupi-Guarani, são classificados em três subgrupos: os Ñandéva, os Kayová e os Mbyá. Sua chegada ao atual Paraná remonta há dois mil anos. Partindo do sudoeste da Amazônia, teriam ocupado a área do Mato Grosso do Sul e ingressado no Sul do Brasil pelo noroeste paranaense, através do rio Paraná.
Entre os antepassados dos Kaingang estavam os Guayaná, que Fernão Dias Paes Leme encontrou na Serra de Apucarana, em 1661. Xokleng e Kaingang têm antecedentes comuns, filiados à família lingüística Jê, enquanto os Xetá têm filiação linguística Tupi-Guarani.
A maioria dos índios aldeados pelos jesuítas na Província do Guairá era Guarani. Na redução de Nossa Senhora da Encarnação foram agregados índios chamados pelos portugueses de Coroados.
Os antecedentes Kaingang, em sua maior parte, permaneceram nos campos e florestas de araucária, em contínuo combate aos invasores. Com a destruição das reduções pelos bandeirantes, esses grupos expandiram-se pelo Segundo e pelo Terceiro Planalto paranaenses.
As expedições militares de reconhecimento do território e a expansão das fazendas de gado nos Campos Gerais no século XVIII promoveram ainda mais o afastamento dos grupos indígenas das áreas ocupadas pelos brancos. Assaltos organizados de ambas as partes foram constantes, inclusive com a formação de milícias particulares contra índios que atacavam as fazendas e os tropeiros nas estradas. Como a legislação proibisse a escravidão dos nativos, instituiu-se na Colônia o modelo da “administração”, pelo qual, considerando os índios como incapazes de administrarem-se a si mesmos, os colonos passavam a exercer pleno domínio sobre eles, como “administrados” e não como escravos.
A política indigenista do século XIX promoveu a instalação de aldeamentos oficiais dirigidos por missionários capuchinhos, associados a colônias militares (como a de Jataí, junto ao Aldeamento de São Pedro de Alcântara), permitindo a utilização dos nativos como mão de obra tanto na manutenção das colônias como nas expedições de abertura dos caminhos em direção ao Mato Grosso, em que atuavam como guias e intérpretes junto a outros grupos ainda arredios encontrados nos sertões.
Os aldeamentos do período imperial foram substituídos pelas reservas indígenas, na República, administradas inicialmente pelo Serviço de Proteção ao Índio e depois pela Fundação Nacional do Índio.