Pitangui O

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  rio Pitangui nasce na Serra de Itaiacoca, drenando parte dos municípios de Castro, Carambeí e Ponta Grossa. Deságua no Tibagi abaixo da foz do Bitumirim e acima do antigo porto de São Bento. Do Primeiro Planalto, onde nasce, cruza a Escarpa Devoniana num curso subterrâneo. Ao sair desse sumidouro revela uma diferença de altitude de 42 metros, sendo aproveitado para uma usina hidrelétrica (São Jorge, inaugurada em 1945), formando o reservatório de Alagados.

     A Fazenda Pitangui fazia parte da grande sesmaria da Conceição obtida por Pedro Taques de Almeida e familiares. Em 1727 José de Góes e Moraes fez a doação da Fazenda Pitangui à Companhia de Jesus, representada pela Casa de Missões de Paranaguá. Ali os padres jesuítas, já estabelecidos na área desde 1707, fundaram uma pequena capela dedicada a Santa Bárbara, onde passaram a celebrar batizados e casamentos. Ao lado, junto à capela, foi construído um cemitério. Muitos fazendeiros e seus familiares, os primeiros ocupantes dos Campos Gerais, estão ali enterrados.

     Com a expulsão dos jesuítas do Brasil, em 1759, a fazenda foi confiscada pela Coroa Portuguesa e a propriedade foi entregue à Diocese de São Paulo, que contratou novos administradores.

     Em 1806 foi feito um inventário dos bens móveis e imóveis da fazenda, que na ocasião estava arrendada a Atanagildo Pinto Martins. No arrolamento figuram 31 escravos, vivendo com suas famílias em casas de taipa.  Três escravas idosas, Gertrudes, de 93 anos, Domingas, de 81, e Páscoa, de 79, relacionadas no inventário, devem ter vivido na fazenda desde o tempo dos jesuítas.  Entre os animais havia 500 cavalos, 100 cabeças de gado vacum, 83 ovelhas e apenas dois muares. Foram arroladas diversas ferramentas de ferraria, carpintaria e de atividades agrícolas, como enxadas e foices. Foram também descritas e valoradas as casas, senzalas e a capela feita de pedra e barro, com várias imagens de santos e santas, livros velhos de catecismo, presépios, vidrinhos de santos óleos e paramentos religiosos. Mais tarde essas terras foram leiloadas, sendo adquiridas por particulares. A Capela de Santa Bárbara do Pitangui foi tombada pela Coordenação do Patrimônio Cultural do Estado do Paraná no ano 2000. Conforme consta no Livro de Tombamento, “apesar das ações do tempo a capela ainda possui alguns traços originais: o púlpito, o velho sino, duas pias batismais esculpidas em madeira, o turíbulo, paramentos e a imagem de Santa Bárbara confeccionada em argila, encimada por uma coroa de prata incrustada de pedras coloridas”.

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