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estrutura tradicional baseada no tropeirismo e na grande propriedade escravista foi substituída, na segunda metade do século XIX, por uma outra estrutura, caracterizada pela presença do trabalhador livre, de imigrantes estrangeiros, pela disseminação da pequena propriedade e pela expansão da economia urbana. Nesse período foram instaladas, com o incentivo do governo provincial, algumas colônias de imigrantes europeus em torno de Ponta Grossa, Castro, Palmeira, Lapa e Rio Negro.
Em 1878 chegaram os russo-alemães do Volga. Vindos de condições políticas e econômicas adversas (no final do século XIX o aumento do nacionalismo na Rússia cancelou vários privilégios dos russos-alemães, como a isenção do serviço militar e da cobrança de impostos), buscavam uma nova oportunidade com melhores condições de vida em outros países. Entre as colônias formadas pelos alemães do Volga estavam, em Palmeira, a Quero-quero, a Papagaios Novos, a Pugas, a Sinimbú e a Nossa Senhora do Lago. Na Lapa, as colônias Virmond e Marienthal, e em Ponta Grossa a Colônia Octávio.
A Colônia Cecília foi criada em 1890 em Palmeira, na localidade de Santa Bárbara, visando à realização de uma experiência comunitária anarquista (viver sem leis, sem obrigações militares, sem instituição familiar, sem propriedade privada e sem religião), por iniciativa de Giovanni Rossi, que já atuava na Itália no mesmo sentido. A experiência durou cerca de quatro anos, e alguns descendentes desses italianos ainda residem no local, produzindo vinho e outros produtos artesanais. Existe em Santa Bárbara o Memorial Colônia Cecília, onde pode ser vista uma maquete elaborada por Arnoldo Monteiro Bach em 2011, com a reprodução do espaço feita a partir das anotações do próprio Giovanni Rossi.
A Colônia Carambeí foi criada em 1911 entre Castro e Ponta Grossa, pela Brazil Railway Company. Embora originalmente constituída por famílias brasileiras, alemãs e holandesas, os últimos predominaram. Logo nos primeiros tempos a indústria de laticínios ganhou relevância como atividade econômica. Em 1925 foi criada uma cooperativa, que em 1940 foi reconhecida oficialmente pelo governo brasileiro sob o nome de Cooperativa Batavo.
Outras colônias de holandeses foram formadas na região: Monte Alegre em 1949, Castrolanda em 1951, Arapoti em 1960 e Santo Antonio em 1953. Atualmente a Sociedade Cooperativa Castrolanda Ltda. mantém um rebanho de gado holandês com alto padrão genético e, juntamente com a Cooperativa Agropecuária Arapoti Ltda. (CAPAL) e a Cooperativa Agropecuária Batavo Ltda., de Carambeí, fornecem matéria-prima para a Cooperativa Central de Laticínios do Paraná, que industrializa os produtos Batavo.
Em 1951 foi criada no Paraná a Colônia Witmarsum, por russos-alemães que reemigraram da cidade de Witmarsum em Santa Catarina. Pertencem a um grupo religioso protestante surgido no século XVI na Europa, seguidores do Pastor Menno Simons. Após a queda do império russo, seus princípios religiosos e de trabalho entraram em conflito com o regime comunista instaurado. Cerca de 1.200 desses menonitas chegaram a Santa Catarina em 1930. A compra da Fazenda Cancela, em Palmeira, possibilitou a produção de leite pasteurizado e a criação da Cooperativa Mista Agropecuária Witmarsum Ltda.
Em 1958 foi criada uma colônia dos chamados “russos brancos”, os imigrantes russos pertencentes à seita dos seguidores dos ritos antigos, que se intitulam "velhos crentes" (starowiery) e que se recusaram a aceitar as reformas introduzidas na Igreja Russa, no século XVII. Reconhecem os dogmas da Igreja Ortodoxa Russa, mas não mantêm contacto com a Igreja oficial e não reconhecem suas autoridades eclesiásticas. Usam vestimenta tradicional russa e são extremamente conservadores em seus costumes. Após as Revoluções de 1917 muitos emigraram para a China. Em 1953 alguns "velhos crentes" escreveram para o Alto Comissariado da ONU para os Refugiados, solicitando ajuda no sentido de emigrarem para qualquer país livre. Foram enviados para o Brasil, para a região dos Campos Gerais, e instalaram-se em terras da antiga Fazenda Santa Cruz. O comportamento arraigado às tradições muito antigas dificultou o entrosamento do grupo na comunidade local.