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Estrada de Ferro São Paulo-Rio Grande (EFSPRG), interligando o Sudeste e o Sul brasileiro, transformou o modo de vida paranaense no início da República. A estrada foi projetada em 1887 pelo engenheiro João Teixeira Soares e o traçado, com 1.403 km de extensão, passava pelo interior das províncias, ligando Itararé (SP) a Santa Maria (RS). O novo meio de transporte abriu possibilidades econômicas para os Campos Gerais. Surgiram serrarias e barbaquás ao longo dos trilhos, o que ampliou as possibilidades de trabalho assalariado.
Os colonos imigrantes, insatisfeitos com a pouca produtividade agrícola nos núcleos coloniais, encontravam colocação na construção da estrada de ferro, na extração de madeiras e no processamento da erva-mate. Muitos vieram diretamente da Europa contratados pela empresa ferroviária para a construção de pontes, túneis, muros de arrimo e demais obras ao longo da estrada. Outros foram atraídos para as cidades, onde se estabeleciam no comércio e em serviços especializados. As estações construídas em madeira que pontuavam a ferrovia promoviam o surgimento de novos negócios, concentravam a população nas cidades e estimulavam o desenvolvimento urbano.
Percival Farquhar, através de sua holding Brazil Railway Company, adquiriu o controle da Companhia de Estrada de Ferro São Paulo-Rio Grande em 1909. Para a exploração da madeira foi criada a Southern Brazil Lumber and Colonization Company, subsidiária da BRC. A Fazenda Morungava (atualmente Santa Gil, no município de Sengés) foi adquirida em 1910 pela Lumber e arrendada a uma empresa de serraria que fornecia à São Paulo-Rio Grande lenha e dormentes em grande escala, e de onde extraíam perobas em toras que eram exportadas para São Paulo.
O complexo da Brazil Railway Company entrou em concordata em 1917. Em 1940 o governo Getúlio Vargas encampou todos os bens da BRC, incorporando o acervo da ferrovia à RVPSC (Rede Viação Paraná-Santa Catarina) que, por sua vez, foi incorporada à RFFSA (Rede Ferroviária Federal S/A) em 1957. Em 1997, a Ferrovia Sul Atlântico assumia a concessão da malha sul da Rede Ferroviária Federal, passando a operar a malha ferroviária nos Estados do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Dois anos depois a empresa passou a se chamar ALL (América Latina Logística S.A).